sábado, 12 de junho de 2010

Avaliação X Aprendizagem







Avaliação, assunto que preenche reuniões pedagógicas e momentos de descanso na sala dos professores, não existe tempo nem momento especial em que este assunto não esteja presente. Esta semana fiz juntamente com a orientadora educacional, e a diretora da escola o conselho de classe da turma do 2º ano da qual sou professora titular e aluna estagiária até o presente momento. Foi uma tarde de muita conversa, análise e reflexão de tudo o que foi feito durante o primeiro trimestre deste ano de 2010, é neste momento que passamos por todos os alunos e conversamos sobre como vai a aprendizagem de cada um. A avaliação dos alunos da turma 20B é feita através de parecer descritivo dando assim, um retorno para os pais sobre os avanços conquistados pelos alunos ao longo dos primeiros três meses do ano. Penso que quando o professor precisa avaliar seus alunos deve neste momento lançar um olhar sobre o todo e não sobre partes fragmentadas; o "ser" (aluno) é único, complexo, cheio de conhecimentos anteriores à escola, tem vontades, anda, fala, pensa, tem seu próprio ritmo e percebe o mundo que o cerca a sua maneira. É exatamente, por lidarmos com seres humanos e não com máquinas, animais ou plantas é que a avaliação deve em primeiro lugar respeitar o aluno desde os instrumentos que vão ser utilizados para fazer o diagnóstico até o momento em que as informações vão ser repassadas aos pais ou responsáveis. Acredito que a avaliação deve ser inclusiva , não autoritária e voltada para o desenvolvimento do aluno como um todo, citando LUCKESI , 1997 que nos diz:

“ Na avaliação inclusiva, democrática e amorosa não há exclusão,mas sim diagnóstico e construção. Não há submissão, mas sim liberdade. Não há medo, mas sim espontaneidade e busca. Não há chegada definitiva, mas sim travessia permanente em busca do melhor. Sempre !”

Realizei com meus alunos alguns trabalhinhos de português e matemática para ver como eles estão indo, não falei para eles sobre prova ou avaliação simplesmente disse que as mesmas atividades que eles estavam acostumados a realizar em aula, deveriam fazê-las com atenção e capricho e eu iria recolher para olhar e depois devolveria para eles. Tudo foi tranquilo, eles fizeram as atividades com atenção e capricho, leram com calma ,fizeram silêncio para que todos pudessem pensar com calma em um ambiente apropriado. Percebi neles comprometimento e a maioria apresentou suas aprendizagens de maneira muito satisfatória, o que me deixou imensamente contente. Como já mencionei quando penso em avaliação é um todo e não partes, e esta (avaliação) é feita diariamente em sala de aula quando tenho a oportunidade de observar meus alunos nas mais diversas situações sejam elas de aprendizagem, momentos informais ou em suas relações interepessoais. Como dizem HOFFMANN (1993) e LUCKESI (1995):

[...] "Os momentos das aulas contituem excelentes oportunidades para avaliarmos o aluno como um todo: suas atitudes, seus valores, sua participação, seu interesse, sua vivência e experiência, seu relacionamento, seu espírito de iniciativa, sua postura, respeito e tantos atributos, além de seu desempenho intelectual" [...]

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Projetos de Aprendizagem


Sinto-me motivada por esta experiência ímpar e posso perceber que os Projetos de Aprendizagem que os alunos da turma 20B estão realizando tornam-se a cada dia realidade, o que parecia no ínicio difícil de ser colocado em prática hoje percebo como uma conquista, um desafio sendo superado. Lendo o texto de Iris E. Tempel Costa e Beatriz Corso Magdalena - Revisitando os Projetos de Aprendizagem, em tempos de web 2.0 pude perceber que meus alunos estão no caminho certo e demosntram construções cognitivas, pois um trecho do texto citado acima diz que:
"È preciso salientar que os alunos , em especial os menores, tem inquietações que não vem facilemente à tona. Assim é necessário sentar com eles com muita calma e procurar escutá-los, sem induzir e direcionar."
Já passei por esta situação no ínicio da construção dos Projetos de Aprendizagem, quando foi necessário ouvir as perguntas dos alunos, chamá-los um por um e ir desafiando, perguntando até conseguir entender o que eles realmente gostariam de pesquisar, sobre qual assunto eles tinham realmente interesse.
Lembro que o grupo número 7 composto somente por meninas aproximaram-se, pois uma delas gostaria de saber sobre plantas e flores; as outras duas demonstraram interesse também por este assunto. Mas, quando o grupo se reuniu elas não conseguiam saber o que realmente gostariam de saber uma dava uma ideia, outra falava outro assunto e nas idas e vindas; passaram por flores, plantas, acharam que este assunto não era tão bom assim. Me chamavam a todo instante, pois não conseguiam encontrar o que realmente queriam, lembro que no meio do diálogo das três até pensaram em trocar de assunto resolveram então pesquisar sobre países, o que tornou-se infrutífero, visto que, não concordavam na escolha de um único país suas ideias não combinavam. Foi então que sentei com elas e comecei uma longa conversa. Citando o texto acima que nos diz:
"Fazer florescer e tornar mais preciso o que eles sabem e buscam é um passo fundamental no processo de construção cognitiva".
E finalmente, floresceu o tema do grupo "Plantas Carnívoras" o que foi de agrado e aceitação de todas. O tema gerador do PA então surgiu, quando uma delas mencionou que já havia lido alguma coisa sobre o assunto, contou para mim e para as colegas. Todas então ficaram impressionadas e empolgadas em descobrir tudo sobre as tais plantas carnívoras. Lembro que no dia seguinte uma das meninas trouxe para mostrar algumas fotos que ela havia buscado na internet e resolveu imprimir e trazer para aula, compartilhando assim com suas colegas de grupo e também com todos da turma. Foi muito interessante este movimento do grupo sete que no início estava cheio de dúvidas e incertezas, que partiu com uma ideia inicial e esta após muita conversa, discussão e trocas transformou-se em uma questão instigante e de interesse do grupo. Este grupo tem dado continuidade ao seu Projeto de Aprendizagem e até o momento percebo grandes conquistas e aprendizagens por parte de todas componentes do grupo.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Reflexão


No texto de Luciane Magalhães Corte Real - Aprendizagem Amorosa na Interface Escola, Projetos de Aprendizagem e Tecnologias Digitais encontrei o seguinte páragrafo:
[...] Podemos aprender a caminhar, a pular, a nadar, os conteúdos escolares, as atitudes com os familiares e colegas, enfim, estamos no mundo com possibilidades de nos transformar a cada minuto. também temos a opção de não aprender a caminhar, a nadar, alguns conteúdos escolares, ou seja, temos a escolha de não nos transformar no desafio de nosso cotidiano.
Em sala de aula encontramos um universo riquíssimo de possibilidades, onde pode-se perceber dois tipos de alunos aqueles que querem aprender e aqueles que por algum motivo não mostram interesse em adquirir novos saberes. Ao primeiro grupo pertencem os alunos ávidos, cheios de curiosidade, interessados e sempre prontos a novos desafios; já o segundo grupo são aqueles alunos que parecem não se importar com nada e também não são passivos, não demonstram interesse e quando desafiados tendem a recuar e não ir em frente ficam parados no mesmo lugar. Como diz Serres, "quem não se mexe não aprende nada."

O que fazer para motivar estes alunos que não desmonstram interesse em aprender? Acredito que o professor ao perceber esta situação precisa dedicar-se em pensar estratégias e maneiras para cativar tais alunos. Tenho em minha sala de aula alguns alunos que parecem não fazer nenhum tipo de esforço para adquirir novos saberes e para estes o trabalho com Projetos de Aprendizagem tem sido um fator motivador e tem despertado curiosidade e interesse. Apesar de em alguns momentos tais alunos ficarem dispersos e indiferentes nos momentos em que estamos no laboratório de informática percebo um movimento diferenciado destes educandos, em relação a novas aprendizagens. Espero sinceramente que eles (alunos) possam ser afetados por esta nova proposta de trabalho.