sábado, 13 de novembro de 2010

Revisitando Eixo VII


Voltar novamente ao Eixo VII remete a refletir nas aprendizagens vislumbradas durante este período como aluna do PEAD. Ao reler os textos e a atividade postada na interdisciplina de Didática, Planejamento e Avaliação que propôs que os alunos refletissem sobre quais marcas pedagógicas e lembranças gostariam de deixar em seus alunos. Foi um momento de muita reflexão, pois deixar marcas é algo muito significativo tanto podemos marcar de maneira negativa ou positiva a vida de nossos alunos. Neste momento foi inevitável lembrar de minhas professoras principalmente as do ensino fundamental aquelas primeiras educadoras que passaram em minha vida escolar. Algumas lembrei com saudade já outras mal lembrava seus nomes.Percebi então a importância que nós professores exercemos, podemos definitivamente marcar a vida de nossos alunos para sempre entrar na história de suas vidas. E de que maneira estamos deixando estas marcas? Que tipo de marcas? São positivas? Negativas? Daqui a alguns anos nossos alunos poderão dar depoimento de nós como mestres? Ou como alguém que eles nem lembram mais o nome? Estes questionamentos povoaram meus pensamentos quando a atividade acima foi lançada e após ler o texto: O menininho de Helen Buckley onde a autora descrevia a rotina em sala de aula de um pequeno aluno que chegou a escola cheio de criatividade, e com muitas ideias, e aos poucos aprendeu que somente sua professora sabia tudo e que lhe restava apenas era somente copiar, imitar não era lhe dado espaço para criar tinha apenas que reproduzir. E como diz o texto:
E muito cedo o menininho aprendeu a esperar e a olhar e a fazer as coisas exatamente como a professora. E muito cedo ele não fazia mais as coisas por si próprio.

Infelizmente sabemos que este pequeno trecho é a mais pura realidade e que muitas crianças vivenciam em seu cotidiano escolar tais aprendizagens, baseadas na prática autoritária de suas professoras(es) que não olham seus alunos como um ser único dotado de vontades, interesses, portadores de vivências fora do contexto escolar. Tais docentes deixam marcas extremamente negativas na vida de seus alunos principalmente nas áreas afetivas e cognitivas .
Foi um ótimo momento para refletir proposto por esta atividade, não somente na época em que foi realizada, mas hoje quase terminando esta trajetória como aluna do PEAD é muito válido revisitar textos tão importantes que de maneira alguma podem ser esquecidos e que sempre devem estar muito presentes como um alerta para nós profissionais da educação, que devem ter sua prática pedagógica baseada no respeito, no acolhimento de ideias, no estímulo, na prática da solidariedade, no olhar diferenciado, no comprometimento com a qualidade do ensino, na responsabilidade em tratar com vidas e principlamente em deixar marcas de afeto e amizade porque a aprendizagem eficaz só se dá através da sincronia entre três vértices: aluno, professor e afetividade.

“Prefiro pensar que o aprendizado vem dos primeiros contatos e vivências dos mestres que por longos anos tivemos, desde o maternal. As lembranças dos mestres que tivemos podem ter sido nosso primeiro aprendizado como professores. Suas imagens nos acompanham como as primeiras aprendizagens. (...) Repetimos traços de nossos mestres que, por sua vez, já repetiam traços de outros mestres. Esta especificidade do processo de nossa socialização profissional nos leva a pensar em algumas marcas que carregamos. São marcas permanentes e novas, ou marcas permanentes que se renovam, que se repetem, se atualizam ou superam”. (Miguel Arroyo, Ofício de Mestre, 2002, p. 124)


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